Imbuídos do espírito de festa que se vive na cidade de Torres Vedras, todos quantos residem, trabalham e diariamente apoiam a comunidade do Centro de Apoio Social de Runa, quiseram integrar as Comemorações do Centenário do Carnaval e preparar um mundo de fantasia, alegria e diversão.
Fruto do trabalho iniciado muitos meses antes, a equipa organizadora planeou e montou um mercadinho, cujos feirantes/personagens eram os nossos residentes ou alguns dos colaboradores do centro.
A festa foi iniciada com um desfile de carros alegóricos/bancas, alguns construídos para o efeito, outros por adaptação dos meios de deslocação dos nossos residentes (andarilhos, cadeiras de rodas) que, enfeitados a preceito, nos trouxeram bancas e negócios diversos, como uma peixaria, uma frutaria, um talho, barraquinhas de doces e iguarias, e um banco onde se trocavam pontos por Runitos, a moeda oficial deste mercadinho, permitindo assim a «compra» de todos estes bens.
A diversão começou com a música, havendo, a propósito, uma banquinha com gira discos, género «peça que passa, duas videntes que nos anteviam o futuro e um grupo de Matrafonas que, vindas de Runa, nos trouxe espanto, alegria e diversão.
Os foliões dançaram, cantaram e divertiram-se, tendo-se seguido um lanche variado, confecionado com a excelência habitual da equipa de alimentação do CAS de Runa.
SINGULARIDADES DO CARNAVAL DE TORRES VEDRAS
O Carnaval de Torres Vedras é Património Cultural Imaterial Nacional e para abrilhantar (ainda) mais a festa, celebra este ano os seus 100 anos de existência.
Manifestação cultural fortemente enraizada na forma de estar e de sentir desta comunidade, protagonizada por todos e para todos, torrienses e foliões que chegam à cidade para a festa, sem géneros nem idades.
O mais português de todos os carnavais apresenta diferenças e singularidades: os papéis de Rei e Rainha são desempenhados por homens; a “dinastia” dos títulos dos Reis que perdura; a matrafona, verdadeiro fenómeno social; a chegada dos Reis à estação ferroviária e a entrega das chaves da Cidade pela Presidente da Câmara, dando início aos dias de folia.
Transmitido e recriado de geração em geração, cada folião é protagonista do seu próprio Carnaval, sentindo-se também parte da festa maior, o Carnaval de todos.